domingo, 15 de agosto de 2010

Porquinho Rosa.

(Aqui não contamos por 'parceiros', contamos por fatos isolados. Podemos repetir o parceiro, mas contamos um acontecimento por vez. Hoje vou contar dois dias, por eles se complementarem.)

Imbé, 2 de janeiro de 2004.
Eu, com pouco mais de 15 anos, e uma amiga quase da mesma idade. Estavamos em Capão da Canoa, com minha familia.
Pouco depois do almoço, meu pai nos convidou para irmos à Tramandaí, por que ele queria fazer compras.
Ok. Nós fomos, pois tinhamos amigos que estavam em Imbé, cidade vizinha.
Enquanto passavamos pela avenida da beira mar, olho logo a frente, e nossos amigos todos na praia.
Disse para o meu pai que ficariamos lá e quando ele voltasse nos pegasse naquele mesmo lugar.
Chegamos, e ali estavam os amigos de sempre, os bebados, engraçados e lindos (alguns).
Mas entre eles havia um que não conheciamos.
O fulaninho tinha 28 anos, era feinho e gordinho (tinha carrão e muita cerveja), nada que me interessasse.Minha amiga era louca por um dos nossos amigos, então ela entrou no clima e bebeu com eles, ficou na volta. E eu que não estava com ninguém, fiquei por ali, sentada no porta malas do carro, me divertindo muito vendo todo mundo bebado maluco. Eu e o dito cujo.
Ele não bebeu pois algum dos guris teria que conseguir dirigir depois, então ficamos ali, na social.
Conversamos muito, bebemos um pouco...
E eu, nada me interessei por ele.
Todos na volta começaram com brincadeirinhas do estilo: - Hummm, ta namorandinho. (Essa por no minimo umas 20 vezes... rsrsrs)
Fiquei muito de cara, ele não era meu tipo, credo. Nunca!!!!
No inicio da noite, todo mundo ja meio mal, resolvemos acalmar o pessoal pra começar a ir pra casa.
Ele me olha e diz: - Pega o meu carro e leva tal e tal, que eu pego o carro do outro e levo os outros, me segue.
Eu, super sem jeito.. digo que não tenho carteira de motorista, tenho 15 anos...
Ele fica por aqueles 5 segundos sem dizer nada, com cara de paisagem, me olhando.
Dei um sorriso e liguei pro meu pai pegar a gente.
Ali terminou nosso primeiro encontro.
Resumindo: Boa conversa, nada de interesse da minha parte alem de amizade, boas risadas e um querido novo amigo.


Gravataí, 1° de fevereiro de 2004.
Meu pai vai viajar e deixa a casa liberada, piscina limpa, grana e um tio super parceiro pra cuidar de mim e da casa. rs
Assim que meu pai entra no carro, ligo pra amiga que mora na frente de casa que é a mesma do outro dia. Ela veio até a minha casa e começamos os contatos.
Liga pra tal, tal, tal e tal... Ah, mas eles tem o aniver de um outro amigo pra ir hoje. Azar. manda cancelar, quero todo mundo aqui. Ok. Contatos fechados.
Mais a noite no aniversario do amigo deles, eles me ligam. - O que a gente leva? O fulano, fulano e fulano não vão poder ir. Só vou eu (o amigo que a amiga era louca), outro e o "dito cujo" esta com a gente, ele pode ir?
Resposta: Tragam uma caixa de cerveja e Martini. E sim, ele pode vir.
Na hora escuto a brincadeira do outro dia: Hummmm, ta namorandinho.
Aff.
Ok, venham.
Noite quente, pai viajando, cerveja, piscina e sinuca. Perfeito.
Eles chegaram, fomos para os fundos da casa, ligamos a música e começamos e beber e conversar, dançar, etc, etc.
Não sei bem dizer mas, acho que lá pela 1h da manhã, 2h no máximo... aquela criatura começa (depois de muita pilha de todos!) a me parecer atraente.
Nós dois há horas ja longe de todos, conversando muito, como no primeiro dia.
Ele sentado na mesa de sinuca, eu na frente dele, de pé, conversando - de biquini amarelo-.
Me aproximei e fiquei no meio das pernas dele. Meus amigos atrás me mandando beija-lo. Eu totalmente alcoolizada.
Cheguei bem perto e comecei a conversar falando a 1 centimetro do ouvido dele... rs
Até que chegamos a um ponto que se alguém acendesse um fósforo do nosso lado explodia tudo, não aguentamos e nos beijamos. Muito.
Quase não sentia meu corpo... Todo arrepiado.
Calor.
Tesão.
Um desejo inenarrável. Fico sem ar ao lembrar.
Se o mundo acabasse aquele dia, seria maravilhoso. Estavamos em sintonia.
Ele, talvez, encantado por uma menina de 15 anos, com corpo e cabeça de mulher.... Aquilo nos parecia bem diferente.
Depois de alguns beijos, voltamos a conversa e descobri que ele tinha uma ex-noiva.
Que ele amava muito e que ele tinha traido muito. Ela já não queria mais ele.
Senti ciúme. Lógico, mais que absurdo.
Ficamos mais ali, conversando, se beijando.
Ele me mostrou uma correntinha de ouro que ele tinha ganhado quando nasceu, com algum pingente de santinho. Disse que era super importante, que adorava aquilo.
Não é que 10 minutos depois eu arrebentei a corrente. rs. Ele não viu.
Fiz uma cara de panico e dei um nó correndo. Hehehe
Ele queria que subissemos para a lavanderia da casa.
E eu propus ( ja na madrugada, mais friozinho) que se ele entrasse na piscina eu entraria com ele.
Não tive tempo de contar até 5 e ele ja estava dentro da água. Na água geladinha... congelando.. heheh
Bom, a ideia foi por dois motivos: 1° para a corrente cair na piscina e ele nao ver o nó. hehe e 2° para ficarmos mais "a vontade".
Deu tudo certo, como planejado.
Foi a noite mais maravilhosa.
8h da manhã eles foram embora.
Ali começou o caso mais caliente e divertido da minha vida.
(Continua...)


Moral da História: Nunca, nunca diga nunca. Uma pessoa que a primeira vista não me interessou, no segundo encontro ja começou a se tornar um dos maiores amores da minha vida.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O amigo do primo.

Ela estava lá, na beleza de sua juventude e pré-adolescência passando uma temporada de verão na casa da avó.
Ele estava lá, na experiência dos seus 25 anos, com sua pele cor de jambo, seus dentes brancos e seu olhar malicioso passando uma temporada de verão na casa de seu amigo de infância.
Faziam festas todos os dias, junções, cervejadas, danças.
Até que um dia, quando o primo e a tia dela foram comprar mais cerveja, ficaram os dois a sós.
Ele, como uma criança ao pote de sorvete, a beijou com vontade e a fez tremer aqueles lábios nunca antes beijados por alguém tão experiente.
Se beijavam escondidos todos os dias, quando uma brecha era descoberta, e nas madrugadas [todas elas] ela fugia do quarto dela para o dele.
Ele foi o primeiro a mostrar os prazeres sexuais que se pode ter sem penetração. E ele era muito bom nisso!
Ela nem sequer o tocava, enquanto ele sempre a fazia gozar com a boca e com as mãos. Ela jamais esquecerá o gosto daquele beijo, que era doce e com gosto de cigarro. Ela ainda não fumava, mas adorava aquele sabor agridoce.
Por incrível que pareça, ele se apaixonou, a pediu em namoro, disse que ele mesmo falaria com a tia e os pais dela e que não poderia aguentar a hipótese de terminar aquele verão e perdê-la para sempre.
O verão passou e ela não aceitou o pedido de namoro, tinha medo do que a família faria. Seria um amor reprimido que ela guardaria.
Ninguém soube deles, além do primo.
Voltou para casa e o guardou nas lembranças, às vezes ouvia música e se deprimia com saudades.
Nas férias de inverno se encontraram de novo na casa da tia.
Mesma história, ela dez anos mais nova nem encostava nele, e ele a fazia ir para o céu.
Nas outras férias de verão, sua mãe foi junto passar o carnaval no bloco daquela cidade do interior. Ele estava numa barraca, e ela dentro da casa. O que não mudava nada, já que ela amanhecia o dia na barraca dele e voltava para o quarto pelas manhãs.
Adorava as mãos experientes dele. Acordava sempre sorridente.
Até que um dia sua mãe acordou e a pegou na barraca. Castigo.
Mas ela continuou indo. Era ainda melhor, além de estarem juntos escondidos, ela estava fugindo do castigo.
As férias acabaram, e de novo a nostalgia e o frio na barriga de lembrar das cenas picantes.
Certo dia ela conheceu um bom rapaz e começou a namorar sério.
Perdeu a virgindade e se tornou ativa sexualmente com o namorado, agora sem medo e egoísmo.
Cada vez que ia para a tia nas férias ou feriados, o namorado novo ia também.
Ela sentia saudades quando via o amigo do primo lá, sozinho naquele quarto ou naquela barraca.
Ele a fitava, e até dizia ao pé do ouvido, quando o namorado estava longe : "foge e vem pro meu quarto de noite, vou estar te esperando".
Mandava recados pelo primo, a encarava descaradamente.
E ela nunca foi, nem sequer cogitou.
Deixou que os pudores fossem rasgados apenas pelo namorado, e que o amigo colorido se tornasse só uma boa lembrança.
Alguns anos depois, ele agora não passa de uma lembrança bonita e uma vontade louca.
Depois daqueles verões, ela sempre ficou na mente com as duas palavrinhas que sempre a assombraram: "e se...".
E se eles realmente tivessem transado, teria sido diferente?
E se eles tivessem namorado, ela teria ido estudar na cidade ao lado da dele e eles teriam sido felizes?
Como tudo teria sido?
Isso a assombra até os dias de hoje, o simples fato de ela nunca ter deixado ele fazer mais do que dar prazer A ELA, enquanto ele sempre ficou na espera...
Uma espera em vão.
Hoje é ela quem espera pra vê-lo. É ela a assombrada com as memórias que nunca teve, com a culpa, com o arrependimento do não fazer dela.

Moral da história: Não deixe de fazer aquilo que você quer pelos outros. Haja com maturidade de aguentar as consequências, mas haja como você quiser.
No fim das contas, é VOCÊ e não eles quem vai sentir o peso das próprias decisões.